Blog do Gomes

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O ilustre visitante...



           Ruth, olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta. Pegou-a e a olhou antes de abri-la. Mas logo parou, para observar com mais atenção.
           Não havia selo nem marcas do correio, somente seu nome e endereço. Ela decidiu ler a carta:      "Querida Ruth. Estarei próximo de sua casa, no sábado à tarde, e passarei para visitá-la. Com amor, Jesus."
           As mãos da mulher tremiam quando colocou a carta sobre a mesa. "Por que Jesus iria querer visitar-me? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer-lhe..." - pensou.
          Preocupada, Ruth recordou o vazio reinante nas estantes de sua cozinha. "Ai, não!, não tenho nada para oferecer-lhe. Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar." Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa. Era muito pouco, suficiente apenas para comprar pão e alguma outra coisa.
          Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair. Um pão francês, um pouco de peru e uma caixa de leite. Sobram-lhe apenas alguns trocados, que deveriam durar até a segunda-feira, quando receberia sua pensão novamente. Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde compra debaixo de um dos braços.
- Olá, senhora, pode nos ajudar?
          Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor. Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos.
- Olhe, senhora, não tenho emprego. Minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua. Está fazendo frio e estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos muito agradecidos.
          Ruth olhou para eles com mais cuidado. Estavam sujos e tinham mal cheiro e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam conseguir algum emprego se quisessem.
- Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre. Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede importante esta noite e planejava servir-lhe isso.
- Sim, senhora, entendo, de qualquer maneira, obrigado - respondeu o homem.
          O pobre homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher, e os dois se dirigiram para a saída. 
         Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração.
- Espere!
         O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua:
- Fiquem com isso tudo - disse ela.
- Mas, e o seu convidado, senhora?
- Eu dou um jeito. Não se preocupem.
         Quando a mulher estendeu as mãos para pegar o lanche, Ruth percebeu que a mulher tremia de frio.
- Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este - ofereceu Ruth. Ela desabotou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da mulher.
- Obrigado, senhora, muito obrigado - despediu-se, agradecido, o casal.
           Sorrindo, voltou a caminho de casa, sem seu casaco e sem nada para servir para Jesus.
           Ruth estava tremendo de frio quando chegou à porta de sua casa. Procurou a chave rapidamente na bolsa, enquanto notava outra carta na caixa de correio.
"Que esquisito, o carteiro nunca vem duas vezes em um dia" - pensou ela. Apanhou a carta e a abriu:
"Querida Ruth. Foi bom vê-la novamente. Obrigado pelo delicioso lanche e pelo casaco. Com amor, Jesus."

            Então os justos lhe perguntarão:

           Senhor, quando te vimos com fome,

           e te demos de comer?

           ou com sede, e te demos de beber?


           Quando te vimos forasteiro,

           e te acolhemos? ou nu, e te vestimos?


           Quando te vimos enfermo,

           ou na prisão, e fomos visitar-te?


           E responder-lhes-á o Rei:

           Em verdade vos digo que,

           sempre que o fizestes a um

           destes meus irmãos,

           mesmo dos mais pequeninos,

           a mim o fizestes.

                                     Mateus 25.37-40

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